quinta-feira, abril 20, 2006

POEMAS DE MOITA

Cura
Quando a vida pregar insegurança
e não tiveres uma luz, uma saída.
A viela mais estreita e mais comprida
pode ser a paz da esperança

Essa busca que vem desde criança
e a cada dia, te ancora em nova espera.
Que no inverno, desejas primavera.
Desejas o desejo e não alcança.

Fica fora de ti, pratique asneiras
e não tenhas receio de besteiras.
Esqueça o arrependimento e o pudor.

Relaxa esse teu corpo vacilante.
Conforta-te, num chamego inebriante
e te entregues aos braços do amor
23/01/2006



Sobre a perda da amada e da inspiração


Oh poeta azarado, perdeu as duas coisas que lhes são mais caras.
Mas sobrou a terceira, nessa escala,
que o habilita, preclara,
a reconquistar a musa,
e a reconquistar a fala.
A vida.
26/01/2006

Sobre beijos

Em vão
por pouco tempo,
porque eles se acharão
e os desejos de desejá-los
passarão.
Ficarão, apenas, as lembranças
daqueles desejos.
Em vão.



Essa palavra saudades, eu ouço desde criança.
Saudade de um amor ausente,
não é saudade é lembrança.
Saudade só é saudade
quando morre a esperança.
Pinto do Monteiro


Lágrimas......
salgadas.
Molhadas?
Não!
Secas.
Seca-as


Que luz escondes!
muitas luzes,
poucas cruzes,
que induzes
até obuzes
se esconderem.
onde escondes!
o teu amor!
09/03/2006)

Os teus pedaços
eu ajuntarei
que sejam mil
eu os contarei
e com saliva doce eu os colarei,
indestrutível.
(24/03/2006)

quatro fases, tem a lua
que eu penso, até alcance
aquela mulher de câncer
que não pretende ser sua
Vestida, eu a vejo nua
e nua não posso ver.
Se é com muito saber
o jeito que ela ama.
Quando se refere a cama,
Moraes devia saber.
29/03/2006

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